quinta-feira, 5 de maio de 2016

Galleria Sabauda, Turim

Ave!
Itália é seguramente o único país do qual nunca me canso. Das quatro vezes que já lá fui regressei sempre deslumbrado com as suas magníficas cidades, todas elas "museus vivos". Turim não foi excepção, muito graças ao majestoso Polo Reale Torino, pólo museológico que engloba o Palazzo Reale, a Armeria Reale, a Biblioteca Reale, o Museo Archeologico, e a impressionante Galleria Sabauda, um assombro de três pisos que acolhe a impensável galeria de arte de uma das famílias mais importantes da História da Europa, os Sabóia.
Foi precisamente na Galleria Sabauda que deparei com um episódio extraordinário. Um professor, acompanhado dos seus alunos, debruçava-se sobre uma tela. A parte extraordinária do episódio é que a aula não estava a ser dada pelo professor, mas sim pelos alunos. O professor, enquanto tutor, apenas complementava, incentivava, "puxava" os seus discípulos para a vida da tela.
A tela em questão é um trabalho magistral (haverá algo em Itália que o não seja?) com a representação d'A Paixão de Cristo, pintada por Hans Memling em 1471. O quadro apresenta, num cenário único, os vários episódios da Via Sacra, levando os nossos olhos a navegar por cada conjunto de personagens que representa cada um dos episódios. É magnífico. De certa forma precursor do que mais tarde viria a ser a nona arte.
Note-se a facilidade com que se identificam a Última Ceia, o Beijo de Judas, o lavar de mãos de Pôncio Pilatos, a colocação da coroa de espinhos, a queda, a crucificação, ou a ressurreição. Verdadeiramente fascinante. É um daqueles quadros em que cada pormenor merece demorada atenção.

Tirei várias fotografias a pormenores do quadro, mas não vale a pena colocá-las aqui, uma vez que na era digital é mais fácil recorrer ao Google para encontrar uma imagem em alta resolução. Deixo apenas o pormenor de Pôncio Pilatos.


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